Existe uma diferença sutil de pensamento que quase não dá para perceber entre dois estudantes com o mesmo planejamento e que parece que fazem tudo igual. Mas ao longo de meses a diferença é gigante. Que diferença é essa? É a diferença entre a “mentalidade medalha” e a “mentalidade só passar”, é uma diferença difícil de ver de fora, nem você mesmo estudando vai conseguir ver às vezes. A ideia de hoje é desvendar tudo isso ver se você não está com isso, mesmo no seu inconsciente.
Esse post está em formato de vídeo abaixo:
No fundo não é que a mentalidade só passar esteja errada, é que ela mantém o seu estudo confortável, sem muitos desafios, e ela tem uma probabilidade maior de não dar certo. Então já aproveita para curtir o vídeo e vamos começar.
Você vai ver que a raiz de tudo são as vozes que você tem na sua cabeça. Então, a primeira forma que essa mentalidade vai aparecer são nas questões que você acerta. Então, sabe quando você faz uma lista de exercícios ou uma prova antiga e você acerta várias questões? Às vezes até várias de uma vez… Tem algumas que fica com uma dúvida, fica alguma alternativa que você não entendeu direito, mas você marcou a certa, então tá tudo bem… Fica até aquela pulguinha atrás da orelha, mas você acertou, então bola pra frente, vamos pro próximo assunto…
A pessoa com a mentalidade de medalha ela não vai deixar passar. Ela vai voltar nessa questão, vai procurar no Google, vai perguntar para alguém… Ou ela vai só circular e voltar no fim da lista, porque às vezes no começo da lista a ficha não caiu, então tudo bem voltar depois, mas não dá pra deixar dúvida em alternativa.
A segunda coisa vai ser o pensamento “isso não cai”. Então você está estudando algo mais difícil e aí tem um diabinho lá no seu ombro que fala “não, isso não cai no ENEM”, “isso não cai na prova, é só dar uma olhada rápida já vamos para outro assunto”, “o ENEM nunca cobrou isso, não vai cobrar agora”, “aprender isso vai demorar muito”, aí o anjinho fala: “é melhor eu aprender, fica e aprende isso”, e você fica dividido. Isso pode ser vendo um assunto diferente, isso pode ser uma prova antiga, corrigindo… Em todas as atividades que são um nível acima do que você está acostumado. Você faz e ENEM e aí você vai pro simulado do cursinho que é mais difícil, e aí tem uma questão de colisão que você não entendeu direito… “ah, isso não caiu no ENEM assim” e você deixa passar. E sabe que eu acho muito legal? se preparar um nível acima. Assim, quando você volta para um nível abaixo você só vai ter dificuldade de interpretação.
Você pode estar vendo esse vídeo e pensando que eu estou falando para você estudar intensamente e loucura, só estudar, porque agora para fazer tudo tem que estudar o dia inteiro… E, na verdade, não é isso. Na verdade, assim, quando você sentar para estudar, que seja intenso, que seja profundo, sabe? Mas não é para estudar o dia inteiro, é justamente o contrário. É pra ter descanso é pra ter lazer, é para sair, pra se divertir… Esqueceu os estudos em alguns momentos do dia, esquecer os estudos talvez um dia na semana. Então não é para ser intenso sempre, é para ser intenso quando você sentar para estudar algumas horas por dia.
Você pode ver tudo isso também e pensar: “nossa, agora a gente já tá em agosto, em setembro”, e agora o que é que eu faço? Então pensando nisso eu tenho o Reta Final que te mostra exatamente como estudar. Então, se você está começando, quais são os assuntos mais importantes, aqueles que vale mais a pena focar, porque eles vão aumentar mais a sua nota, porque são os mais frequentes, os mais acertados que aumentam mais a sua nota pela TRI. Como montar seu planejamento… Então, pensando em um planejamento simples com dia A e B e está tudo lá no Reta Final.
Aqui em casa a gente não entra com sapato, então todos sapato ficam aqui e ainda tem o alcoolzinho ali pra passar no sapato quando precisar entrar… Na sua casa, as pessoas entram de sapato ou descalças?
O terceiro ponto vai ser como lida com fazer 20 anos de provas antigas. A pessoa que só quer passar ela está fazendo a prova não é pra errar e aprender, ou assim, não é para ela aprender mais, é pra ela acertar e ela sentir que ela vai passar, é pra isso. Então você faz a prova e já vai somar pra ver quantas acertou, “porque se eu acertar mais de 75 quer dizer que eu posso passar, se eu acertar menos é pra ficar triste”, e não tem nada a ver. Na verdade, você faz a prova para você errar e aprender, para você treinar estratégia, para treinar velocidade… E aquilo você pode fazer trocentas provas acertando tudo que não quer dizer nada, você vai chegar lá e ter outra prova para fazer, que vale do mesmo jeito.
Então, a pior coisa é ficar contando erros em provas ou contando acertos, porque isso não vale nada… E outro ponto é a correção… De nada adianta você fazer 50 anos de provas e corrigir mal, sabe? Não corrigir direito. É melhor você fazer cinco provas bem corrigidas, sabe? O que você errou você vai lá, você aprende, você remove essa lacuna… De repente faz umas questões extras… Realmente se prepara para não errar aquilo de novo. É melhor do que fazer muitas provas, uma quantidade gigante de provas sendo que você não está corrigindo. Então às vezes mais é menos… Não. [efeito sono de fina retrocedendo] Às vezes menos é mais.
O quarto ponto é aquele da pessoa que “ah, não sou bom em matemática, não sou bom em botânica”… E você fica: “ah, não bom nisso, não sou bom naquilo”… Isso é só desculpa, ninguém nasce bom em nada, todo mundo vai ficando bom conforme você vai estudando. E, inclusive, às vezes eu lembro que quando eu pegava um assunto que era muito difícil e pensava: “nossa, isso é horrível, isso é muito difícil”, mas é bom que é difícil. É difícil para mim, é difícil para todo mundo e eu vou estudar isso e eu vou ficar melhor que todo mundo que fala que é difícil, sabe? É uma outra mentalidade, de verdade. Você vê e olha: “nossa, botânica, quantos nomes tem aqui… Isso aqui cada coisa é uma coisa diferente, é tudo diferente”. E você ir lá e: “não, eu vou aprender isso, eu vou saber isso e quando cair eu vou acertar”, diferente de quem: “ah, não, isso é muito complicado, vou passar para um outro assunto”, sabe?
São pequenas coisas… É meio que um diálogo interno, você com você mesmo e você fala essas coisas. E às vezes nem percebe. Isso acontece também com redação. Então já tem gente que: “ah, eu não sou bom em redação”, “não escrevo redação”… Querida, todo mundo é ruim em redação até aprender a fazer, até começar a escrever… Até aprender de verdade… Começa errando, começa fazendo mal ou começa levando três horas, quatro horas para fazer uma redação mais ou menos e depois vai melhorando. Então, próxima vez que você encontrar um assunto difícil, vá lá estudar para esse ser o seu diferencial.
O quinto talvez você não goste, mas eu falo mesmo assim… Que é e como lida com reprovação. Então vão ter as pessoas que fazem vestibular no meio do ano, não passam e aí não conseguem continuar estudando para o vestibular do fim do ano, pro ENEM… E vão ter as pessoas que fazem vestibular do meio do ano, não passam e continuam estudando. Então o fato de você lidar com essa dificuldade, com essa reprovação e conseguir continuar, vai fazer uma diferença enorme. São meses que ela ganha, sabe? E eu sei que não é fácil, eu sei que às vezes precisar ter umas semanas de descanso, meio que de luto por isso que você achava que ia dar certo e não deu. É difícil voltar, mas é preciso voltar, nem que seja com ajuda, falar com uma psicóloga, sabe? Se cuidar, passar um tempo descansando… Mas é preciso já pensar em uma forma de como vai dar certo para voltar a estudar. Ou, no fim das contas, volta na marra, volta sem vontade… E com o tempo, conforme você vai estudando, você pode ir pegando o jeito de novo.
O sexto ponto é meio estranho… Porque, assim, às vezes a gente estuda e acha que merece passar porque estudou muito. Então: “ah, nossa, eu estudei tanto esse ano, fiz tantas provas, fiz tanta coisa, eu mereço passar”. Existe esse raciocínio de merecimento, como se fosse justo… Mas não é. Na verdade, vai passar quem acertar mais. Não importa se a pessoa estudou seis meses ou ela tá há seis anos, sabe? É uma questão objetiva de acertar ali no dia.
Agora vou te descontar o resumo de cada um deles e você me conta nos comentários qual desses você se encaixa mais, já se encaixou, não se encaixa mais agora ou vai ficar mais de olho.
O primeiro foi como lida com questões que acertou. Então você vai lá, acerta e mesmo com uma dúvida, com uma pulga atrás da orelha você não vai atrás de entender aquilo… Então, ponto um. Ponto dois é como lida com “isso não cai”, tanto em provas ou em assuntos… Ou questões da lista. É aquela ideia: melhor a gente se preparar por cima do que por baixo. O terceiro é como lida com aquela ideia de fazer 20 anos de provas. Então você faz essas provas corrigindo bem, removendo lacunas, entendendo bem cada detalhe ou você faz só por fazer? Ou você faz para ver seus acertos e pensar: “nossa, como eu acertei 80 questões das 90 então eu vou passar”. Qual é você? E o quarto é como lida com aquele “não gosto disso”, “não sou boa nisso e não vou estudar”, por exemplo, ou “vou estudar menos”. E isso não faz nenhum sentido… É difícil para todo mundo. Claro, alguns têm mais facilidade ou menos, mas muita coisa tá em como você pensa nisso, como você reage à dificuldade ali naquele momento. Inclusive, um livro bem legal para ler sobre isso é o “Mentalidade” da Carol Dweck daquela. O quinto ponto foi como lida com reprovações no meio do caminho. Ninguém disse que é fácil, claro que é muito difícil, mas é preciso continuar se é um objetivo que você tem, claro.
E é isso eu espero que você veja, pequenos pontos… Talvez você esteja pensando como essa pessoa que só quer passar… E comece a ver de uma forma diferente, comece a ver como alguém que quer passar em primeiro lugar ou que quer aprender toda matéria, que quer aprender tudo e quer se preparar da melhor forma.
Por hoje é isso. Muito obrigada por assistir, continue indo atrás de seus sonhos, o mundo precisa da habilidade que só você tem. E a gente se vê aqui no próximo vídeo, tchau.