TEXTO PARA AS QUESTÕES 74 E 75
Voltada para o encanto da vida livre do pequeno núcleo aberto para o campo, a jovem Helena, familiar a todas as classes sociais daquele âmbito, estava colocada num invejável ponto de observação. (…)
Sem querer forçar um conflito que, a bem dizer, apenas se esboça, podemos atribuir parte desta grande versatilidade psicológica da protagonista aos ecos de uma formação britânica, protestante, liberal, ressoando num ambiente de corte ibérico e católico, mal saído do regime de trabalho escravo. Colorindo a apaixonada esfera de independência da juventude, reveste-se de acentuado sabor sociológico este caso da menina ruiva que, embora inteiramente identificada com o meio de gente morena que é o seu, o único que conhece e ama, não vacila em o criticar com precisão e finura notáveis, se essa lucidez não traduzisse a coexistência íntima de dois mundos culturais divergentes, que se contemplam e se julgam no interior de um eu tornado harmonioso pelo equilíbrio mesmo de suas contradições.
Alexandre Eulálio, “Livro que nasceu clássico”. In: Helena Morley, Minha vida de menina.
De acordo com Alexandre Eulálio, a protagonista do romance Minha vida de menina
(A) vivencia um conflito – uma ideia fortalecida por “a bem dizer” (L. 5).
(B) apresenta certo vínculo com o protestantismo – uma ideia sintetizada por “ecos de uma formação britânica” (L. 7- 8).
(C) formou se num meio alheio ao trabalho escravo – um fato referido por “num ambiente de corte ibérico e católico” (L. 8 -9).
(D) rejeita as influências do meio em que vive – uma característica revelada por “precisão e finura notáveis” (L. 14).
(E) tem a sua lucidez psicológica abalada pelas ambivalências de sua educação – um traço reiterado por “equilíbrio mesmo de suas contradições” (L. 17 -18).
Português, interpretação de texto
Letra B
O texto se refere à ideologia britânica, protestante, que valoriza o trabalho.