Texto para as questões de 86 a 90.
Revelação do subúrbio
Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé, contra a [vidraça do carro*, vendo o subúrbio passar. O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa, com medo de não repararmos suficientemente em suas luzes que mal têm tempo de brilhar. A noite como o subúrbio e logo o devolve, ele reage, luga, se esforça, até que vem o campo onde pela manhã repontam laranjais e à noite só existe a tristeza do Brasil.
Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo, 1940.
(*) carro: vagão ferroviários para passageiros.
Considerados no contexto, dentre os mais de dez verbos no presente, empregados no poema, exprimem ideia, respectivamente, de habitualidade e continuidade
a) “gosto” e “repontam”.
b) “condensa” e “esforça”.
c) “vou” e “existe”.
d) “têm” e “devolve”.
e) “reage” e “luta”.
Resposta C
Para indicar habitualidade, temos o verbo ir (“vou”), isso mostra um hábito do eu-lírico: ir para Minas.
Para indicar continuidade, podemos citar o verbo existir, uma vez que mostra que a “tristeza” do Brasil à noite é contínua.
Veja como o Sentimento do Mundo foi cobrado na prova da FUVEST de 2015
Fuvest Questão 37 Drummond
Fuvest Questão 38 Drummond
Fuvest Questão 39 Drummond