Examine as seguintes afirmações relativas a romances brasileiros do século XIX, nos quais a escravidão aparece e, em seguida, considere os três livros citados:
I. Tão impregnado mostrava-se o Brasil de escravidão, que até o movimento abolicionista pode servir, a ela, de fachada.
II. De modo flagrante, mas sem julgamentos morais ou ênfase especial, indica-se a prática rotineira do tráfico transoceânico de escravos.
III. De modo tão pontual quanto incisivo, expõe-se o vínculo entre escravidão e prática de tortura física.
A. Memórias de um Sargento de Milícias.
B. Memórias Póstumas de Brás Cubas.
C. O Cortiço.
As afirmações I, II e III relacionam-se, de modo mais direto, respectivamente, com os romances
a) B, A, C.
b) C, A, B.
c) A, C, B.
d) B, C, A.
e) A, B, C.
Resposta B
Na obra O Cortiço, o português João Romão ganha, no fim do livro, um diploma de “sócio benemérito” dos abolicionistas, tal honraria denota de maneira irônica seu comportamento explorador. Este personagem usou a escrava fugida Bertoleza para trabalhar praticamente de graça, roubou suas economias (que comprariam a alforria), usou-a para fins sexuais, e ainda denunciou-a a seus antigos proprietários.
Em Memórias de um Sargento de Milícias, o tráfico de negros é visto como uma atividade comercial comum e normal, sem atrelar nenhum valor moral a respeito da escravidão no Brasil.
Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, Brás Cubras quando criança trata o escravo Prudêncio de uma maneira bem ruim, ele o chicoteia, o xinga de “besta e monta sobre ele como se fosse um cavalo. No futuro, Prudêncio consegue sua alforria, e adquire um escravo. Seria plausível imaginar que Prudêncio cuidaria bem de seu escravo. No entanto, Prudêncio o trata da mesma maneira que foi tratado por Brás Cubas, além disso o chicoteia em praça pública. Disso podemos tirar a relação entre escravidão e tortura física.
Veja na prova da Fuvest de 2015 como foi tecida uma continuidade entre o romantismo e o naturalismo:
Fuvest 2015. Prova V. Questão 33. continuidade romantismo naturalismo