Soneto VII
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado;
E em contemplá-lo tímido esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado:
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!
Árvores aqui vitão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
Eu me engano: a região esta não era;
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!
COSTA, C. M. Poemas. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br Acesso em 7 jul. 2012.
No soneto de Cláudio Manuel da Costa, a contemplação da paisagem permite ao eu lírico uma reflexão em que transparece uma
- angústia provocada pela sensação de solidão.
- resignação diante das mudanças do meio ambiente.
- dúvida existencial em face do espaço desconhecido.
- intenção de recriar o passado por meio da paisagem.
- empatia entre os sofrimentos do eu e a agonia da terra.
RESOLUÇÃO
A última estrofe nos dá uma dica valiosa sobre o significado do poema.
LETRA