Ninguém desconhece a necessidade que todos os fazendeiros têm de aumentar o número de seus trabalhadores. E como até há pouco supriam-se os fazendeiros dos braços necessários? As fazendas eram alimentadas pela aquisição de escravos, sem o menor auxílio pecuniário do governo. Ora, se os fazendeiros se supriam de braços à sua custa, e se é possível obtê-los ainda, posto que de outra qualidade, por que motivo não hão de procurar alcançá-los pela mesma maneira, isto é, à sua custa?
Resposta de Manuel Felizardo de Souza e Mello, diretor geral das Terras Públicas,ao Senador Vergueiro. In: ALENCASTRO, L.F. (Org.) História da vida privada no Brasil. São Paulo:Cia das Letras, 1998 (adaptado).
O fragmento do discurso dirigido ao parlamentar do Império refere-se às mudanças então em curso no campo brasileiro, que confrontaram o Estado e a elite agrária em torno do objetivo de
- fomentar ações públicas para ocupação das terras do interior.
- adotar o regime assalariado para proteção da mão de obra estrangeira.
- definir uma política de subsídio governamental para o fomento da imigração.
- regulamentar o tráfico interprovincial de cativos para sobrevivência das fazendas.
- financiar a fixação de famílias camponesas para estímulo da agricultura de subsistência.
SOLUÇÃO
O trecho fala sobre como os fazendeiros adquiriam mão de obra. Antes eles compravam escravos. O autor do texto entende que os fazendeiros devem continuar pagando para que venham outros trabalhadores, nesse caso serão os imigrantes. O autor acha que não deve haver auxílio pecuniário do governo.
Essa discussão está inserida na questão da imigração como solução para a mão de obra nas lavouras. A imigração é um processo custoso, pois, precisava-se pagar a viagem das pessoas, seus custos de vida iniciais, e os fazendeiros queriam que o governo pagasse, já que o governo alforriou os escravos acabando com a mão de obra gratuita nas fazendas.
Portanto, o objetivo é:
- definir uma política de subsídio governamental para o fomento da imigração.
LETRA C