Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado. Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que amado, quando haja de faltar uma das duas. Porque dos homens se pode dizer, duma maneira geral, que são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos de lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus, oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo está longe; mas quando ele chega, revoltam-se.
MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991.
A partir da análise histórica do comportamento humano em suas relações sociais e políticas. Maquiavel define o homem como um ser
- munido de virtude, com disposição nata a praticar o bem a si e aos outros.
- possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas para alcançar êxito na política.
- guiado por interesses, de modo que suas ações são imprevisíveis e inconstantes.
- naturalmente racional, vivendo em um estado pré-social e portando seus direitos naturais.
- sociável por natureza, mantendo relações pacíficas com seus pares.
SOLUÇÃO
Maquiavel defende uma antropologia pessimista, parecida com a de Hobbes.
Dessa forma, o homem seria um ser egoísta e motivado pelo conflito.
O trecho mostra que Maquiavel entende que os homens “são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos de lucro” e isso justificaria os regimes absolutistas.
letra C