[Podcast] Como passar em medicina na USP com Julio Min Zhang

Transcrição do Podcast

Hoje eu entrevisto o Júlio Minzangi, ele é recém aprovado na faculdade de Medicina da USP, e o que eu achei sensacional nessa entrevista, é que ele falou sobre a importância de ir para prova com a mente tranquila, ele incluiu práticas de meditação ao longo da preparação dele e isso foi foi muito bom.

Ele falou que essa foi uma uma grande diferença entre os dois anos que ele passou para segunda fase, no ano que ele passou, a tranquilidade que ele teve durante a prova da segunda fase foi fundamental, e ele conta como ele desenvolveu essa tranquilidade.

E para acompanhar esse episódio eu fiz um áudio de meditação de 7 minutos para você fazer rapidinho antes de estudar, baixe em Resumov.

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Então vamos ao episódio!

Susane- Júlio,tudo bem? Eu vou começar perguntando logo como você estudava?

Júlio- Então, eu estava matriculado em um cursinho, porém eu não ia nas aulas regulares; eu ia ou pro simulado, ou pro plantão, ou em aulas focadas na segunda fase da Fuvest.  Eu ia nessas aulas mais pontuais. Por que eu aproveitava me tempo fazendo exercício sozinho em casa.

Susane-  Olha só! Perfeito! Você fazia muito mais exercício do que assistir à aula?

Júlio- No meu último ano, porque no meu primeiro ano de cursinho eu tava meio ‘cru”,então no primeiro ano de cursinho eu ia nas aulas, anotava tudo que podia, ia fazer os exercícios em casa, mas eu vi que isso não era mais eficiente nos outros anos de cursinho, então eu aproveitei meus últimos pra focar nos exercícios mesmo.

Susane- Você fez quantos anos de cursinho?

Júlio- Fiz três.

Susane- Esse foi o primeiro que você seguia o cursinho normalmente, igual todo mundo segue?

Júlio- Então, no segundo ano eu tive que conciliar com a graduação de administração que eu fiz para o ano, então eu ia amanhã para a graduação e à tarde eu estudava por conta própria. Além disso eu também tava matriculado no cursinho, então eu selecionava o que eu conseguia aproveitar melhor; tanto na graduação, quanto no estudo sozinho.

Susane-  No primeiro ano você fez pra passar em medicina na USP? Não?

Júlio- Não. Primeiro ano eu prestei para administração, eu tava fazendo graduação e estudando pro vestibular, por isso eu falei que minha história era meio confusa.

Susane- Certo. E quando você tava lá na administração, você já viu que não era isso que você queria?

Júlio- Não. Eu tinha a ideia de ir mais para o setor de administração hospitalar, porém eu vi que a graduação de administração é muito ampla, e talvez fosse um pouco mais distante do que eu queria; e talvez se eu entrasse no curso de medicina, seria um pouco mais fácil de entrar nesse mundo.

Susane- E nesse segundo ano você já fez o vestibular pensando em medicina, certo?

Júlio- Sim. Eu fui para segunda fase pela primeira vez, no segundo ano de cursinho.

Susane- E como foi? Foi quase?

Júlio- Não, eu fiquei bem distante. A segunda fase tinha um modelo que eu não tava acostumado, aí eu não consegui ir bem.

Susane- E aí você foi pro terceiro ano de estudo já pensando onde tinha errado, e o que você mudou?

Júlio- Principalmente o emocional, porque eu cheguei na segunda fase muito nervoso, não conseguia pensar nas questões, no começo do meu terceiro ano de cursinho eu voltei a fazer a prova da segunda fase pra ver o que eu tinha errado, e eu vi que muitos dos meus erros eram por causa do nervosismo na hora, e eu não conseguia pensar direito, e por causa do tempo, que eu não tava conseguindo manejar bem. Então no meu último ano de cursinho eu não foquei tanto no conhecimento, mas no meu emocional e no jeito de fazer a prova.

Susane- E como você fez isso? Tô super curiosa.

Júlio- Então, eu no quesito emocional, baixei um aplicativo sobre meditação, que me ajudou a ficar mais tranquilo na prova. Além disso, eu descobri que um dos motivos que me deixava mais estressado era por causa do tempo! Sempre que a prova estava acabando, eu ficava nervoso, então eu acelerei o meu processo de fazer a prova, pra que chegasse no final, eu tivesse muito tempo pra fazer pouco exercício, e aí fiquei mais tranquilo.

Susane- E como você aumentou a velocidade de resolução de provas?

Júlio- Eu separei os dois semestres da seguinte forma: no primeiro semestre eu baixei todas as provas da Unesp, Unicamp, Unifesp e da FUVEST, de 2000 até 2018, que era só segunda fase, eu fazia uma prova por dia no menor tempo possível. Fazia de manhã e corrigia a noite. Isso no primeiro semestre, no segundo semestre eu reduzi a frequência de provas, porque tava chegando perto da primeira fase, e eu fiz mais prova da primeira fase.

Susane- Muito bacana! Fez o contrário primeiro a segunda fase, depois a segunda.

Júlio- Por que eu vi que a minha dificuldade era muito na segunda fase, principalmente na questão de como escrever a resolução.

Susane- Como você estudava cada matéria? No fim das contas essa forma de estudar no terceiro ano, foi englobando tudo, provas de todas as matérias.

Júlio- Sim. Eu partia do exercício para a teoria. Então fazia a prova antiga, via o que eu errava e classificava meu erro, se era interpretativo, ou falta de conhecimento, ou o tempo; se fosse conhecimento eu voltava para a teoria; acho que isso aumentava meu conhecimento porque focava nos erros.

Susane- Isso é muito legal! Então você via três quesitos, se fosse interpretação, conhecimento ou tempo; isso você fazer em todas as matérias?

Júlio- Sim , eu fazia em todas. Eu focava mais nas biológicas, porque minha nota não foi com a FUVEST pede. Eu tinha feito 75 no terceiro dia, mas o pessoal que passa, faz mais ou menos 90. Português eu tinha focado bastante no meu segundo ano de cursinho, eu sabia que eu tava mais ou menos da média de quem passa, então não dediquei muito tempo para português, era mais para as questões específicas.

Susane- E redação, como você fazia?

Júlio- Então, eu tinha professor particular.

Susane- E a sua rotina de estudos? No seu terceiro ano você só estudava?

Júlio- Sim. Eu larguei minha faculdade, eu não conseguia mais acompanhar os dois, então eu decidi sair da graduação e continuar tentando medicina.

Susane- Como você tinha um equilíbrio? Porque você falou que foi importante ter mais tranquilidade, você fazia algum exercício físico além de meditação?

Júlio- No meu último semestre, eu comecei a fazer musculação, eu via que eu tava muito sobrecarregado, e eu precisava de um tempo para mim; eu ia três vezes por semana, me desestressava bastante. Eu achava que as horas de estudo que se acumulavam faziam você passar, mas eu percebi que o emocional importava muito. É o que você estuda e como você estuda, né?!

Susane-  E você focava no estudo supereficiente de questões. Imagina passar o dia inteiro assistindo aulas, que é o que o pessoal muitas vezes faz, e fazer poucas questões; aí é melhor estudar menos, realmente.

Júlio- Sim. Muitos dos meus amigos iam na aula, e depois ainda liam os livros e ficavam grifando. Eu não achava isso eficiente pra mim, porque eu não conseguia memorizar o que eu tava grifando, por isso eu fazia o exercício e depois a teoria.

Susane- Mas quando você foi para o exercício já tinha uma leve base né?

Júlio- Eu já tinha uma base por causa do meu primeiro cursinho, que eu sempre prestava atenção nas aulas.

Susane- para quem começa a estudar, o que você diria que é bom?  Ter uma base, mas depois não se aprofundar muito e ir logo para as questões né?!O  que você acha?

Júlio- Isso mesmo!Pra gente em medicina, tanto no ENEM quanto na FUVEST, eu acho que tem que saber o básico; no máximo, para quem tá começando, ir nas aulas, assistir, prestar muita atenção no que o professor fala, e ir direto para os exercícios. Rever teoria lendo os livros de novo, para mim, acho que seria perda de tempo.

Susane- Eu também acho isso. indo por essa questão dos erros,  dos seus colegas, quais outros erros você você consegue falar para a gente?

Júlio- Então, como eu estudava muito por conta própria, eu não sabia muito dos meus amigos, mas quando eu chegava no cursinho, eu via que o pessoal tava sempre conversando ou não tava estudando. Amizade é importante, mas acho que pode te desviar do teu objetivo. Então eu vou fazer essas coisas em um determinado horário, para não se enroscar em conversa.

Susane- Com certeza. Você falou, na questão das provas antigas, que o passo dois era ver se faltou conhecimento para fazer a questão. Você usava algum curso online, algo para você pegar o conhecimento?

Júlio- Eu pegava pegava pelo Boaro, no YouTube; e algumas matérias específicas eu pegava pelo Stoodi. E no ônibus eu aproveitava pra ler o Guia do Estudante, as atualidades, que ajuda na redação.

Susane- Os livros obrigatórios, como você fez? Você leu?

Júlio- Sim, eu li todos no primeiro ano de cursinho, só que depois eu fui esquecendo as coisas, só que eu lia muito resumo, então eu acho que o mais importante seria ler os resumos e as análises.

Susane- Mesmo assim você treinava também as questões de português  desses livros?

Júlio- Eu pegava as provas antigas, além disso, o cursinho tinha aqueles livros de análise, e no final do livro tinham os exercícios. Eu não ficava relendo os livros.

Susane- Certo. E alguém corrigia essas sua questões?

Júlio- Era eu que corrigia, mas quando tinha dificuldade, eu levava pro plantão do cursinho.

Susane- Então nesse terceiro ano, de vez em quando você ia pra aula? As aulas boas.

Júlio-  Então, no cursinho tinham umas aulas especiais focadas na segunda fase da FUVEST; no meu último ano de cursinho, eu ia nessas aulas e no plantão.

Susane- Você sabia o que dava certo pra você, né?! Por que tem muito cursinho que não deixa você faltar, eu não entendo isso.

Júlio- No meu cursinho não deixavam, mas eu faltava.  

Susane-  Ah tá, mas deu certo pra você. E agora eles ficam felizes porque você passou, e eles podem falar!E você usava redes sociais? Você tinha um equilíbrio?

Júlio- Eu criei uma conta nova no Facebook, só para os estudos. Eu achava que eu passava muito tempo no facebook, então deixei só essa conta “fake”, pra ver coisas de vestibular, grupo de estudo…  Mas eu não passava muito tempo não, era só final de semana, assim… Muito difícil.

Susane- Ah tá, então me conta como você fazia? Você deixava pra entrar só final de semana.

Júlio- Só final de semana mesmo. Só que dependia do dia, se eu estivesse muito cansado, talvez… eu mexia um pouquinho, sabe?

Susane- Você fazia algum algum esquema diferente de revisão ou era só pelas provas mesmo?

Júlio- Então, no primeiro semestre eu ia muito pelas provas, anotava todos os meus erros, que eu acho que é o mais importante, eu acumulava esses erros e nos meses antes das provas, eu relia tudo.

Susane- Teve algum momento que você ficou desmotivado nesse terceiro ano? Você pensou: nossa, será que vai dar?

Júlio- No começo do ano, eu tava bem desmotivado, tinha pensado em desistir e tudo.Conversei com uns amigos, e eles me falavam pra não desistir, então, conversar com os amigos é muito importante.

Susane- Por que você quis fazer medicina?

Júlio- nunca tive um evento que marcou, pra que eu decidisse fazer medicina. Eu sempre passava em frente à um hospital público, e tinha uma médica que me influenciava muito; ela sempre era muito atenciosa e o amor que ela passava me motivou a querer medicina.

Susane- E o que no geral, foi o mais importante pra você ser aprovado hoje?

Júlio- A determinação! Eu sabia o que eu tava fazendo, saber o que é melhor pra você mesmo é muito importante.

Susane- Certo. Júlio, muito obrigada, tchau tchau.

E aí, o que você achou das dicas do, Júlio? No comecinho do áudio, ele me contou que escutava os áudios, como esse que você tá ouvindo, e fica se imaginando participando das entrevistas, e isso aconteceu! Então isso é algo que vai acontecer com você também, você que tá escutando agora. Eu vou deixar o contato dele, as informações de como falar com ele no post desse episódio. Espero que você tenha gostado desse episódio, e te convido a usar o cupom do Resumov. e se você quiser o método completo de como estudar, entra lá no sniper de questões, e seja entrevistado como aprovado no ano que vem, assim como o Júlio foi hoje!