Quando eu estava estudando pro vestibular do ITA, cada professor do colégio dava uma dica sobre como estudar. Eles incluíam horas de estudo (o mais próximo possível de 24), metodologias maquiavélicas, livros dificílimos em russo ou alemão, questões de olimpíada de matemática e de física, questões de teoria dos número e por aí vai.
Ainda estávamos no primeiro semestre então consegui testar cada método por uns dias, resultado: quase nenhum funcionava, e pior: eu me sentia péssima. Tive basicamente duas opções: ver que eu não era inteligente o suficiente e pensar em desistir, ou mudar de estratégia. Vamos ser francos, eu não entendia nem os enunciados daquelas questões de geometria espacial misturada com combinatória. Então escolhi, por alguns dias, a primeira opção: me resignei, fiquei triste, chorei escondido, mas continuei assistindo às aulas porque no pior caso passaria na UFPA.
Mas enfim, depois de algumas semanas de muito desespero e de muitos “nunca vou passar”, decidi engolir o choro e ver as provas antigas do ITA. Ver de verdade, tentar resolver a prova inteira, ler as soluções na internet, etc. Pra minha surpresa, as questões não eram tão absurdas como os professores mostravam. Claro que não sabia fazer nem as de mecânica do primeiro ano, mas conseguia entender a maioria dos enunciados (YES!).
No fim das contas, acho que uns 40% da prova dava pra fazer com o conteúdo normal do ensino médio (supondo que você já consiga fazer uma fuvest, por exemplo). 25% da prova era impossível, e 35% era factível com um pouco de orientação das provas resolvidas. (Esses números foram chutados e servem só pra dar uma ideia da ordem de grandeza).
Então decidi guiar meus estudos pelas provas antigas! Não deixei os livros do cursinho de lado, mas os usei especificamente para aprender a resolver as questões. Ou seja, se antes o objetivo era difuso, nebuloso, como “aprender matrizes”, agora ele passou a ser bastante específico, como “fazer as questões de matrizes dos 5 últimos anos”.
Essa estratégia de estudar pelas provas antigas também é usada por outros aprovados. Escute esse podcast em que entrevisto o Lucas, aprovado no ITA. Ele conta: “no começo, tudo era grego, mas persisti… e passei no ITA”.
Depois de alguns dias vi que poderia fazer metas mais audaciosas, como resolver a prova do ano x em 5 semanas. Com o tempo fui melhorando, e dando conta de fazê-las em menos tempo. Algumas semanas antes do vestibular do ITA eu já tinha uns 15 a 20 anos de provas anteriores nas costas. Resultado: passei de primeira aos 17!
No meu caso, o importante foi a estratégia de estudo, não quis aprender tudo o que os professores ensinavam, nem ser popstar do cursinho.
O único objetivo era ter o nome na lista dos aprovados.
Neste post falo sobre como escolher o material e o cursinho para a preparação para o ITA.
Outra coisa legal é saber os hábitos de quem NÃO passa no ITA pra você não fazer isso. =)
O que você achou deste post?
Abraços e bons estudos,
Susane Ribeiro. Eng. Aeronáutica do ITA. Turma 2009.
Escrevi também sobre várias questões que os alunos perguntam:
Matéria que não acaba mais: o que fazer na preparação para o ITA?
Como estudar na véspera da prova do ITA?
O importante não é saber a matéria, mas sim saber resolver prova.