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Como estudar matemática e exatas


A ideia do vídeo de hoje é falar como estudar exatas, principalmente matemática. Foi baseado em como eu melhorei, em como eu estudei pro ITA, porque no começo eu tinha muita dificuldade, era bem difícil pra mim, mas conforme eu fui seguindo essas dicas que eu vou falar pra vocês, fui melhorando bastante até ser uma “pessoa de exatas”.

Dica 1: Comece com assuntos tranquilos

A ideia do começo, a primeira dica, vai ser você começar com assuntos  mais tranquilos de matemática, então comece por assuntos tranquilos e vá indo camada por camada no seu conhecimento de matemática ou física, até você ir aos mais complexos.

Esse post está em formato de vídeo abaixo:

 

Dica 1: Quebre a cabeça

A  segunda dica vai ser quebrar a cabeça. Pra você crescer em matemática, você precisa quebrar a cabeça toda hora, você tem que tentar resolver um problema que você não consegue e ficar pensando… Depois, tudo bem, você vê a solução, mas é importante você tentar e quebrar a cabeça.

Dois tipos de questões: passo a passo x pulo do gato

Receba essas dicas organizadas em um PDF: Como estudar matemática

 

Três níveis de questões

Isto posto, existem três níveis de questões.  Tem questão nível 1, que é aquela que você consegue resolver logo após  ver a aula, que é tranquila, basta saber um pouquinho do assunto.

 

Já a questão nível 2, exige que você quebre um pouco a cabeça, não é tão fácil, mas com esforço, pensando um pouquinho, talvez voltando no dia seguinte, você consiga fazer. É essa questão nível 2 que você tem que focar.

A questão nível 3, é uma questão em um nível acima, que conforme você vai estudando, a questão nível 3 vira questão nível 2, pra você continuar evoluindo.

E tem a questão nível 4, que já não é pra sua prova, por exemplo, já vai ser  uma Olimpíada ou vai ser ITA, quando você faz ENEM. Portanto, tem que focar na questão certa pra você, que não é nem a muito fácil, nem a muito difícil.

Dessa maneira, a gente viu que é pra quebrar a cabeça, só que você não pode quebrar a cabeça o tempo todo, constantemente. Logo, a gente vai revezar entre quebrar a cabeça e descansar. Esse vai ser o estudo de matemática, quebrar a cabeça e descansar.

E por que isso?

Porque o cérebro tem dois modos de operação: o modo focado e o modo difuso.

O modo focado é quando você está tentando resolver um problema bem específico, é como se você fosse fazer uma ressonância e tivesse somente uma pequena área do seu cérebro bastante iluminada.

Já o modo difuso é o modo em que todo o seu cérebro está igualmente sendo usado, então não tem nenhuma área focando especificamente, é o momento que você está relaxando, que está tomando banho, escutando uma música… Ele envolve áreas diferentes do cérebro.

A questão é: pra você aprender, pra sedimentar o conhecimento, tem que ser feito esses revezamentos entre ficar um pouco focado e depois difuso.

Inclusive, a genialidade vem de acessar áreas diferentes do cérebro, é como se o raciocínio pelo modo difuso pegasse áreas diferentes do cérebro e juntasse, isso resolve aquele tipo de questão que precisa de um ‘’pulo do gato’’, porque existem dois tipos de questões: as questões passo a passo, que basta saber a matéria e você consegue resolver passo a passo; e as questões “pulo do gato”, que são aquelas que precisam de um vislumbre, alguma ideia mágica de como resolver.

Esse revezamento entre o modo focado e o modo difuso, ele vai te ajudar a resolver essas questões, porque é onde você acessa sua criatividade.

Então, veja se isso nunca aconteceu: você está conversando com alguém e te falta uma palavra, você vai tomar banho, vai pra outro lugar e você lembra:

Ah, lembrei, era isso que eu queria falar.

Isso é o modo difuso entrando em ação. O que vai acontecer muitas vezes, depois de você se concentrar no modo focado, é que você vai descansar e enquanto você está descansando, seu cérebro está trabalhando naquele problema em segundo plano.

Às vezes tem um problema complexo que você tá pensando e está complicado, não adianta continuar. Uma ideia é sair, fazer uma caminhada, tomar banho, descansar, fazer alguma outra coisa diferente.

Inclusive vários matemáticos faziam isso, como Poincaré.

O Poincaré às vezes tinha um problema difícil pra resolver, e o que ele fazia?

Em vez de só ficar em cima do problema dia e noite, ele saía, ia viajar, andar de trem, ia passar, e ele não ia passear pensando no problema, ele ia deixar a mente vagar pensando em outras coisas. Naquele momento, tem até uma história, quando ele colocou o pé pra entrar no ônibus, a resposta apareceu como se fosse por mágica, essa é a ideia aqui. Logo, você vai ser capaz de fazer isso, revezando, quebrando a cabeça com intervalos.

Então, até na prova você pode, por exemplo, fazer 5 questões de matemática e depois 5 de história, ou fazer uma que exigiu muito raciocínio e você fala: “ah, agora fazer uma de português”, ter algum tipo de revezamento, tanto no seu estudo diário, quanto na prova.

Esses “pulos do gato” você vai ter fazendo várias questões desses assuntos, vai se acostumar a ver coisas que não existiam antes, igual quando você lê muito e vê as entrelinhas do livro ou quando você faz um esporte e tem nuances de como chutar, como jogar a bola, a mesma coisa em matemática.

Portanto, ao fazer muitos exercícios que exijam um “pulo do gato” você vai tendo essas ideias, que são um click, é meio que uma mágica mental, que vem com repetição. Então, você vai quebrar a cabeça, fazer um intervalo e fazer muitos exercícios que exijam esse “pulo do gato”, além dos exercícios passo a passo, pois esses passos eles vão ver se você entendeu ou não a matéria.

Outro efeito que acontece, é que não tem como aprender tudo de uma vez, então não tem como sentar por 3 horas e aprender um monte de coisas novas, é um processo biológico, você vai criando novas sinapses, novas relações neurais e isso leva tempo.

Logo, não adianta passar muito tempo, é melhor você estudar 1 hora e meia – 2 horas (1h e meia é o ideal) várias vezes por dia e voltar naquele assunto com repetição, tendo um tempo de descanso, do que ficar batalhando com a questão até ficar exausto.

Não precisa ser um Pomodoro clássico de parar a cada 25 minutos, pode ser um estudo fluido. Quando você vê “ah, tô um pouco cansado aqui” levanta, vai tomar uma água, vai ao banheiro, escuta uma música. Inclusive não caia naquela história de estudar só as questões mais fáceis, é uma das piores coisas que você pode fazer, porque se a prova vier um pouquinho mais difícil, você já perdeu na sua preparação.

Outra coisa é que quando você se prepara com questões mais complexas, você vai criando esse músculo cerebral que consegue resolver esse tipo de questão, isso é importante. Então, quebre a cabeça, descanse, veja a resolução, quebra a cabeça de novo… Por esse ciclo, você vai sendo capaz cada dia mais de resolver esses problemas.

Então, veja que no passo 1 a gente começou a ver os assuntos mais fáceis primeiro. Por exemplo, pra mim, era trigonometria.

Eu comecei logo trigonometria e pulei geometria plana, que era muito difícil pra mim. Logo, eu vi trigonometria e depois eu ia fazendo os exercícios do nível da prova que eu ia fazer mesmo, então do nível do ITA, mas se eu fosse fazer Fuvest, eu pegaria uma lista da Fuvest de trigonometria. Se eu fosse fazer o ENEM, eu faria o ENEM e mais alguma outra um pouco mais elevada, como a Unesp.

É legal também encontrar um professor que te ensine de uma maneira fácil de entender, por exemplo, o ferreto, ele dá aulas incríveis. Você assiste às aulas dele e depois vai pra esses exercícios nível 2.

Essa questão de revezar  o modo focado e o modo difuso, é aquela história que o Einstein falou: Você não consegue resolver um problema com a mesma mentalidade que criou. Então, se você está batalhando com o problema,  brigando e brigando, não adianta, é melhor você sair, fazer outra coisa e depois  você volta.

Nesse caso, quando você está na prova e fica brigando (eu sei, porque fiz muito isso), o ideal é trocar de matéria, trocar de questão, você circula e depois volta, mas você vai passear pela outras matérias da prova e depois volta pra aquela questão.

Outra dica pra quando você está estudando matemática é você pensar:

O que exatamente eu não sei aqui? O que é nesse problema a lacuna que eu não estou sabendo resolver?

E assim, você vai ter uma clareza de “eu preciso disso aqui pra resolver esse problema”, então você pode pesquisar ou ver uma linha da resolução e depois tentar o resto sozinho. Se não der, você volta e vê outra linha, tenta fazer o resto sozinho, mas sempre com a ideia de se perguntar o que exatamente você não sabe e isso vai te ajudar a dar uma direção do que você precisa estudar.

Ao fazer esses exercícios, você tem que refazer os que você errar, a ideia é fazer sozinho, porque é muito fácil a gente vê uma resolução e entender.

Às vezes você vê uma resolução em vídeo, uma resolução do professor mesmo e é fácil entender, só que fazer sozinho que é o desafio, porque não tem ninguém pra te falar e é como você vai fazer na prova, se desafie a fazer uma questão que você errou.

Então, por exemplo, se você fez uma prova ou uma lista mesmo e errou, pense  em refazer essa questão daqui uns 2-3 dias pra ficar bem fixado, pra você relembrar melhor, que vai ser também a revisão espaçada.

Na revisão espaçada, não vá com aquela rigidez de 1 dia, 7 dias, etc. Isso não funciona, eu não conheço ninguém que passou com essa rigidez, o estudo tem que ser fluido, ser agradável. Se fosse cheio de regras, não funcionaria, porque você não iria seguir.

Busque essa revisão espaçada principalmente com exercícios, refazendo aquele exercício que você errou, que você teve dúvida; ou ainda explicando pra alguém, pois explicar pra alguém é uma maneira fantástica de ver a lacuna do seu conhecimento. Explicar vai te mostrar: “olha, você não sabe esse detalhe aqui”.

Logo, você pesquisa sobre aquele detalhe, porque você pode também fazer várias questões e aquelas questões vão te mostrar isso, mas explicar vai ser mais rápido, vai pegar logo o que você precisa aprender, então você volta na teoria, na videoaula e entende aquilo que era lacuna antes.

Em matemática, como falei pra vocês, o mais difícil é o começo, vai ser a cebola crescendo as camadas, e aquela camada mais difícil, quando você não sabe nada, é mais complicada, é desestimulante, porque você vê um progresso muito lento. A gente vai pensar em fazer um progresso lento mesmo, porque é assim que evoluímos em matemática, então pense em melhorar 1% todo dia.

Você pensa: “poxa, mas 1% é muito pouco”

É, mas se você pensar em 1 mês, 2 meses, em 1 ano… Já vai ser outra pessoa em matemática, é a questão de você ir vendo um progresso diário, tendo a confiança de que se esforço está dando resultado e indo cada vez mais perto.

Então, é isso. Eu sei que eu falei demais, mas eu espero que essas dicas sejam úteis pra você.

Vou te pedir pra me ajudar a crescer o canal, me ajudar compartilhando com algum amigo (a) que você sabe que está interessado em matemática ou passar no ENEM, nos vestibulares, nos ITA…

Muito obrigada, eu adoro os comentários, você vê que eu tento responder todos, porque é muito legal essa interação, inclusive é a parte mais legal do Youtube, os comentários pra conversar com vocês. Inclusive, se você tiver novas ideias de vídeos ou sugestões pode me contar. Esse, por exemplo, foi sugestão de várias pessoas, uma semana atrás, então eu estou filmando justamente pra isso, pra responder.

Me conta se você tem alguma sugestão, compartilha com os seus amigos e obrigada. Obrigada por está aqui no canal. Desejo tudo de bom no estudo de vocês, continue com perseverança, pois o começo é o mais difícil, pode perguntar pra qualquer pessoa que estudou matemática. Depois que você já viu uns 50% dos assuntos ou já está na fase 2 e 3, é muito mais fácil. Depois vai ser só tapar os buracos na parede e pronto, já o começo é o complicadíssimo.

Então, continue, deem o gás com as facas nos dentes, muita perseverança e até o próximo vídeo.