Hoje vamos entrevistar a Marina.
#Como foi estudar para o ITA? Como foi sua história?
Descobri pela internet, no site do ITA, gosto muito de exatas e um professor de matemática me estimulou. Desde então, passei 4 anos estudando para entrar no ITA, mas enquanto não entrava, fui aprovado no IME e em outros vestibulares no Brasil. Estudar para o vestibular envolve muito a família, financeiramente, psicologicamente, então foi difícil. O primeiro ano de preparação foi muito bagunçado, pois enfrentei certa adaptação e tinham assuntos que não entendia, sendo que 90% das resoluções, eu pedia ajuda.
#Você via o professor, mas entendia pouca parte do que ele passava?
Sim, uma parte bem pequena, sempre tive o hábito de fazer caderno, lembro que anotava coisas que ele anotava no meio da matéria, coisas óbvias. O primeiro ano foi um impacto, onde tive que ver coisas do fundamental. Com esta experiência, o negócio é não se aprofundar, mas sim ter base nos assuntos. Para entrar no ITA não é preciso ser gênio e vi que estudei errado por muito tempo.
#Teve algum momento em que você pensou que não ia dar certo? Em que se comparou com os colegas?
Sim, foi um dos erros principais, de maturidade. Eu lembro que tive o emocional abalado, ficava nervosa, mas essa maturidade eu tinha comigo mesmo. Fiz mais um ano de turma ITA, foi onde tracei um plano de assuntos que eu não dominava, comprei livros usados, porém, não tinha estratégia de estudos, onde o foco foi totalmente conteúdo.
No terceiro ano de cursinho de ITA, mas passei no IME e AFA, tive o apoio dos meus familiares, foi quando tive mais estratégia de estudos, só que avancei muito naquele ano. Dói mais passar por pouco, do que passar por muito e vi que o problema era o emocional. Eu não acreditava no meu processo, eu não me valorizava, onde melhorei meu cronograma, o tempo, mas o principal foi confiar no meu processo.
No ano que passei, já era meu quarto ano de cursinho, mas cheguei à prova calma, divertida. A diferença que eu cheguei para a prova foi só mental, tranquila e confiante no meu processo. O que eu indico é confiar em si mesmo para quem vai prestar IME, ITA e AFA.
#Como foram as provas?
Fiz no máximo de 15 anos de ITA, no desespero. À medida que fui amadurecendo, eu fiz apenas 5 anos de prova. Mas para quem não tem tanto tempo, você pode fazer mais anos. AFA e IME fiz mais algumas provas antigas. No ano que passei no ITA, não tinha feito nenhuma prova do IME. As questões que fazia do ITA, no início da preparação, eu sempre fiz provas antigas, elas acabaram bem decoradas. Ter outras aprovações ajudou muito no meu preparo, pois muitos falaram que era muito difícil, mas sempre quis quebrar esse paradigma.
#Como era seu dia-a-dia?
No início não tinha cronograma fixo, mas depois fui me adaptando. Hoje em dia durmo bem, coloquei exercício físico na minha rotina e vi que a gente consegue obter mais conhecimento, o corpo absorve mais conhecimento. Eu tirei um tempo para descansar, visitei mais meus pais, nas férias. Eu parei de pensar muito na prova, eu tirei o poder que a prova tinha sobre mim, foi quando consegui curtir a vida de outra forma.
No último ano que passei, eu tinha parado de tomar café e fiquei somente no chá e isso é uma história verídica, almoçava com qualidade. Eu ficava tão concentrada na alimentação, que tudo que comia de diferente, eu passava mal. Foi quando tive uma alimentação muito boa.
#Você acha que valeu a pena esses 4 anos?
Os estudantes amam me perguntar, penso que valeu a pena. Hoje que estou dentro, eu penso que é mais difícil sair, do que entrar. O outro lado é ter persistido e vencido os obstáculos, ter construído tudo o que persisti. Hoje eu vejo que o meu maior inimigo era eu mesmo e vejo que sou muito grata principalmente pelo interior que eu desenvolvi. Se o seu negócio é querer ITA, então lute até o final. Não se compare, não seja crítico e olhar seus próprios erros e repetir erros é a rota para não passar. Se a pessoa já vem com anos de cursinho, eu sei que o problema não é somente você, você precisa de ajuda, de acolhimento, de familiares que não podem pagar os gastos.
As pessoas pensam que o pré-vestibular é de 1 ano, mas se você pensar para pensar que não é bem assim. Entrar na faculdade não é você sair do ensino médio. É sempre bom ter essa maturidade, seja lá para onde for. Eu comecei a estudar para o ITA com 16 anos, mas não sabia que queria ITA, mas sempre gostei de exatas.
#Você está em qual curso no ITA?
Estou em Engenharia da Computação. Pessoas que passam, não são pessoas geniais, sempre que preciso de alguma coisa, sempre haverá pessoas que podem nos ajudar, a gente aprende muito com eles, isso acaba nos aproximando mais e mais. Na época eu usava whatsapp e facebook, mas nunca fui viciada em redes sociais.
Essa foi a entrevista do post de hoje. Espero que você tenha gostado e que te ajude na sua preparação.
Até o próximo post 🙂