Imagina que alguém amarra suas mãos nas costas, ata os seus pés e o joga numa piscina de quase três metros. O seu trabalho é sobreviver por cinco minutos. O que você faria? Essa é a prova de afogamento do treinamento dos “Navy SEALs”.
Erro 1: Usar todo o seu esforço
O primeiro erro seria usar todo o seu esforço, a máxima energia, pra tentar flutuar. Por mais incrível que pareça, quanto mais você se esforça, mais você afunda, maior as chances de ficar inconsciente e não passar nessa prova de afogamento.
Erro 2: Entrar em pânico
O segundo erro é entrar em pânico, deixar que as emoções tomem o controle, já que é um caso de vida ou morte.
E como se passa nessa prova? Tudo dá certo quando você se permite afundar. Então você afunda e lá no fundo da piscina, você se impulsiona pra cima, com o esforço certo, nem mais, nem menos, chega na superfície, inspira e vai soltando o ar lentamente, afundando de novo.
O esforço certo
O interessante é que, pra essa atividade em particular, você não precisa ser superforte, ter o melhor condicionamento do mundo, nem segurar a sua respiração por cinco minutos. Basta entrar no fluxo da atividade e ter o esforço certo. Então, será que não é pra gente fazer um paralelo entre esse exercício dos “Navy SEALs” e atividades da nossa vida comum? Em que você precisa de habilidades como:
1: usar o esforço certo, na medida certa e;
2: substituir pânico por estratégia.
Esforço x Estratégia
A relação entre esforço e estratégia fica clara com a analogia da rocha. Imagina que você quer levantar uma pedra muito grande, muito pesada. Assim, você tem a opção de levantar com a força bruta, como máximo esforço; ou você pode ter uma estratégia, criar uma ferramenta e usar uma alavanca. Dessa forma, você pode melhorar ainda mais a estratégia posicionando a cunha perto da rocha, pra reduzir o seu esforço. Logo, ao mesmo tempo é possível reduzir o seu esforço e melhorar o resultado.
E a mesma coisa pra essa prova dos “Navy SEALs”. Bastava se impulsionar no fundo da piscina e sincronizar a respiração com o movimento. E agora, imagina que essa pedra é uma coisa que você quer fazer, que você quer alcançar; ou então digamos que você está estudando pro vestibular e essa rocha é o ENEM. Essa rocha é o oitocentos e vinte de média total no ENEM. Sem uma boa técnica, você vai precisar de muita força pra elevar essa pedra.
Por exemplo, vai estudar quinze horas por dia, vai ver aula, vai ler teoria, vai estudar de uma forma que não é estratégica. Até que você começa a incluir estratégia, uma estratégia aqui, uma estratégia ali, vai melhorando essas estratégias, vai usando o Princípio de Pareto, vai fazendo a prática intercalada com a Lista Sniper, vai aprendendo a lidar com pensamentos catastróficos, pensando no vestibular. E aí, você consegue, ao mesmo tempo, melhorar o desempenho e reduzir o esforço. E isso é fácil? Não, isso não é fácil; mas vale à pena pensar sobre isso, pesquisar e, quem sabe, entrar no Sniper de Questões.
Esforço x Estratégia
Então eu queria propor uma forma diferente de pensar nos objetivos, levando em conta esforço e estratégia. Imagina que você quer uma coisa na vida e pra chegar lá, você precisa escolher um botão desses. De um lado, você escolhe o esforço. Logo, o nível de esforço um, dois ou três. Do outro, você define o tipo de esforço. Assim, qual vai ser a sua estratégia? Cada combinação dá um resultado diferente. Alguns dão mais balões; outros, menos balões; outros, um balão murcho. Mas a ideia é que tudo depende da estratégia certa, com a execução certa; ou seja, com o esforço certo.
Por exemplo, digamos que alguém quer perder peso, ficar super sarado, qual que é a ideia? É melhor ir pra academia e passar oito horas de uma vez e, sabe, fazer o maior esforço; ou distribuir essas horas em vários dias? Ao invés de tanto esforço, focar na alimentação, então, ter uma outra estratégia. Ou, pra aprender uma língua, o que é melhor? Se esforçar lá no livro de gramática, fazer toda a gramática por horas, vem um nativo e você não consegue falar nada.
É legal essa analogia, mas a questão é que, na vida, são muitos botões, muitos níveis de esforço, muitas estratégias diferentes. Então, só analisar os botões, escolher esses botões, já é uma arte. E, assim, eu falo isso por quê? Porque não é natural pra mim. Então, se eu fosse pensar nessa piscina aí, eu seria a pessoa desesperada lá na beira da piscina, entrando em pânico, sabe, toda se afogando. Ou então eu seria a pessoa que desiste: “Ah, não, isso não é pra mim, é melhor eu não fazer isso! Não…”
Mas a gente tem que analisar esses comportamentos, você vê o que não está dando certo, onde que a gente pode melhorar. Então, por isso, esse vídeo é pra mim, principalmente, e pra você também, se servir pra você também. Desse modo, essa questão de achar o esforço certo, a estratégia certa pra algo que você quer, sabe? Não só se jogar no máximo esforço, sabe, “Eu vou movida no ódio!”; não. O esforço certo, nem mais, nem menos. Nem mais, porque se torna contraprodutivo; nem menos, porque você não evolui.
Wu Wei: Conceito de não forçar
Outra coisa que me ajudou muito foi começar a entender o Wu Wei. É um conceito criado pelo Lao Tsu, de não forçar. Então, não forçar as coisas, entrar em sintonia com as coisas, entrar no fluxo das coisas. Sem forçar. E, assim, pensando em como eu ia explicar isso e vendo vídeos sobre isso – vou até deixar um muito legal -, eu tenho a impressão que é algo mais intuitivo, algo que você sente. Por exemplo, você já estudou um tanto e, às vezes, você tem aquela intuição: “Nossa, está na hora de parar!”, “Está na hora de fazer um intervalo”, “Está na hora de trocar de matéria”. Ou então, você está descansando e aí vem a ideia: “Está na hora de estudar!”.
Meio que entrar em um fluxo das coisas em que nada é forçado, tudo é esse fluxo. E, assim, é claro que é muito fácil de falar, é muito difícil de fazer; mas vale à pena tentar. Então, Alan Watts, nesse livro, ele explica que é como a água. Então, a água, ela não vai bater de frente, não é essa questão explosiva, ela vai erodir, ela vai pelos lados. Então, ela vai se adaptar, ela vai fluir. Então, muitas vezes, a solução vai ser se esforçar mais e continuar ali, perseverar. Mas outras vezes, já é o contrário; outras vezes já é hora de se permitir pensar outras coisas, descansar e mudar de raciocínio. E uma coisa a se pensar é que, muitas vezes, as dificuldades, elas são mentais, assim, elas são psicológicas, elas são pensamentos. Pensamentos de tudo ou nada, pensamentos que exaurem as suas energias, que analisam todos os possíveis resultados do mundo: “Ah, se aconteceu isso, então jamais vai dar certo aquilo!”
Então, o Wu Wei, ele pode ser aplicado principalmente nisso, nessa ação mental. E aí, eu achei interessante essa frase aqui, do começo do capítulo, que é a seguinte: “A essência da filosofia de Lao Tzu é a difícil arte de deixar de obstruir o próprio caminho. De aprender a agir sem forçar conclusões, de viver em harmonia hábil com os processos da natureza, em vez de tentar pressioná-los. Seu coração bate por si próprio e se você der uma chance, sua mente pode funcionar por si própria. Embora a maioria de nós tenha muito medo de tentar o experimento.”
Então, ou seja, não existe uma conclusão final, uma receita pra vida. Mas algo que a gente pode fazer é tentar identificar o esforço certo, a estratégia certa, pra uma dada coisa que você quer fazer na vida. Pra sempre tirar essa ideia de que o maior esforço vai te fazer chegar lá, ou mesmo a melhor estratégia. Então, precisa ser a união dos dois, o esforço e estratégia.
E a última parte é ‘Não ficar no seu próprio caminho’. Então, deixe as coisas fluírem, se adaptar. Então, ser como a água.
“Coloque água num copo, ela se torna o copo, você põe a água numa garrafa e ela se torna a garrafa. Coloque-a num pote, ela se torna o pote. Agora, a água pode fluir e colidir. Seja água, meu amigo!”
Então, espero que você tenha gostado do vídeo. Se você gostou, aproveita pra curtir, me conta nos comentários, recomenda pra algum amigo. E muito obrigada por assistir! Então, continue indo atrás dos seus sonhos, o mundo precisa da habilidade que só você tem!
E a gente se vê no próximo post, tchau!