Todo mundo fala que você vai melhorar na velocidade treinando tempo, simulando a prova, cronometrado… Mas será mesmo? Então vamos falar sobre isso. Então, ó, vamos começar pensando em uma questão: Como é que você divide seu tempo fazendo uma questão? Então, concorda que vão ter basicamente três partes? A primeira parte é você ler o enunciado. Então passar o olho no enunciado, entender o que a questão quer, certo? E aí a segunda parte vai ser você transformar o que essa questão quer em um passo a passo. Então pensar no que você vai fazer, começa a fazer… E aí tem aquela sacada da questão, o pulo do gato… Que é, basicamente, transformar o enunciado, o que a questão quer, no problema. E aí entra a terceira parte, que vai se resolver. Então vai fazer as contas, vai montar o que falta para resolver, mas aí já é mais a execução mesmo, a parte pensante você fez no 2.
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Então, resumindo… A primeira parte: ler o enunciado. A segunda parte: montar o problema matemático, em exatas, por exemplo, é a sacada do pulo do gato. E a terceira parte é você resolver as contas. Pense comigo: você acha que colocar um cronômetro do seu lado, de três minutos, cinco minutos, sete minutos vai fazer você resolver mais rápido? O que você acha que faz você resolver mais rápido? É o cronômetro do lado ou saber fazer? Você já ter feito essas questões outras vezes? É você já ter conhecimento da prova, você saber que tipo de questão que cai… Ou ter feito questões similares com esse mesmo pulo do gato. Ou até estar bem pra fazer essa questão, estar tranquilo, sem muita tensão… O que você acha? É o cronômetro ou tudo isso outro que eu falei?
Então, assim, é muito comum você vê por aí pessoas falando que é pra fazer com tempo logo no começo. Então, assim, sem base e você já começa a prova direto com tempo… Imagina começar provas, que é uma coisa altamente difícil, pode ser traumático começar provas se você já começar provas contando o tempo. Assim, não faz nenhum sentido, porque no começo, não importa o tempo, no começo você tem que saber fazer as questões. Às vezes, você não sabe nem ler o enunciado e entender o que a questão quer, e aí você já coloca o tempo e é uma coisa assim, que não faz nenhum sentido. Então é meio que não colocar os bois atrás do carro, sabe? Ir um passo por vez. Não adianta a gente querer correr quando a gente está começando a andar, ou tá engatinhando, sabe?
Então, não tem problema, é um passo por vez. Inclusive, o mais demorado depois que você já tem um dado conhecimento, não é deixar isso mais rápido, o mais demorado é essa primeira parte de pegar o conhecimento, de entender a prova, de fazer muitas questões, de pegar o pulo do gato… Queimar etapas e acelerar acelera, acelerar não é uma coisa bacana, sabe? Vai ter uma exceção que vou falar no final, mas no geral assim, nem três meses, dois meses antes da prova, o ideal mesmo é treinar questões sem tempo, pelo menos na maior parte do estudo.
Então eu penso assim em três partes: de questões, em geral, talvez de questões em prova ou pra gente pensar em velocidade. É você conhecer a prova… Então essa é a primeira parte. Conhecer a prova. A segunda parte é resolver questões, então, ser exposto a uma gama enorme de questões, pegar o pulo do gato… Assim, realmente fazer as questões e, por último, que entre a estratégia de prova. Então são três coisas, conhecer a prova que você vai fazer, o Enem ou o vestibular que vai fazer… Treinar questões e, finalmente, por último, a estratégia, sabe?
Então, por exemplo, quando você conhece a prova, você já sabe… Por exemplo, pro Enem, aquele enunciado gigantesco, às vezes vem um texto antes… Você já sabe que às vezes nem precisa ler aquele texto, que não precisa ler o enunciado todo. Você vai pela última linha da questão, você volta pegando alguns dados, sabe?
E você já entende como é aquela estrutura da prova e, naturalmente, você vai lendo e pensando na prova em geral de uma forma mais fácil. Ou assim, por exemplo, o que você precisa pensar em uma questão de um assunto, sabe? Não cair em algumas pegadinhas, não cair em coisas que só caem naquela sua prova. Então, a gente tem que entender a prova, entender como as coisas são cobradas, o que é que é usado na maioria das questões para resolver… Então, conhecer a prova.
A segunda parte é treinar resolver questões, tanto da sua prova quanto de outras questões. Para, justamente, fazer esse treino de sacada, esse treino de pulo do gato. E isso não adianta que não vem no último passo treinando estratégia, não, é uma coisa anterior. Então até, inclusive, nem precisa você treinar provas antigas sempre com tempo porque você vai treinar esse pulo do gato e, às vezes, principalmente pra quando você for ter esse pulo do gato sozinho, não dá para fazer rápido, sabe? É mais demorado, tem que pensar e pensar… Aí levanta, bebe uma água volta, “e agora? Eu tenho essa figura aqui, geometria plana, o que eu vou fazer?” E é legal ter tempo para chegar na resposta só, sem ler… É até uma forma de recall, de usar o conhecimento, de você voltar e pensar no que você estudou e fortalecer na memória, sabe? É um outro processo totalmente diferente de você ir lá e assistir a resolução.
Claro que nem sempre vai dar, muitas vezes vai envolver a resolução, ver a resolução, mais é legal tentar antes, pelo menos, porque quando você tem um cronômetro do lado te falando que são três minutos, cinco minutos, o estudo fica extremamente… Sabe? Estressante… E você não tem a criatividade, você não se permite ter a criatividade, inventividade de FICAR TENTANDO você mesmo. E tentar é uma coisa muito importante. Até pra gostar, né? Pra gostar de estudar. Eu, sinceramente, eu não consigo imaginar uma realidade em que desde o começo eu tenha que treinar com tempo, sabe? Tempo deveria ser uma das últimas coisas, de verdade.
Então tá… Se você aprendeu a conhecer a prova, você já entende que tipos de questões que caem, e aí depois você já tem o feeling da prova, você já pegou essa sacada, esses pulos do gato de muitas questões. E agora? Aí entra a terceira parte, que vai ser treinar mesmo essa estratégia de prova. E isso vai ser importante em dois momentos. Vamos lá.
O primeiro momento é na véspera e, assim, eu digo véspera, mas é um mês antes. Ou um mês e meio antes. Digamos que você só tem, por exemplo, base em matemática básica ou em outro assunto tipo as médias, mediana… Um ou outro assunto e quer maximizar suas chances na prova de matemática, então o que você tem que aprender? Você tem em que aprender a pular, por exemplo. Você vai ter que aprender a pular e fazer as que você sabe. Então aí entra o treino de véspera, para esse caso de não ter uma base muito boa.
E aí entra a segunda parte, assim, que com o treino eu acho importante. Então, quando você já faz como lista, sem contar tempo, umas 25, 30 questões, quando você já acerta isso ou pelo menos quase acerta, sabe? Errou alguma besteirinha, aí já é uma ótima hora de começar a fazer as provas… Mas antes disso, por exemplo, digamos que você acerta 15 questões, 20 questões… Eu não considero que é importante ainda fazer provas, eu diria que é melhor continuar vendo mais assuntos e melhorando nesses assuntos individualmente… Você pode até fazer simulados Enem, por exemplo, como listar ou fazer mais questões como lista, mas eu não considero ainda que é importante treinar tempo nesse caso. Então, é mais importante pegar o conteúdo mesmo, aprender e ter ideias de como resolver, ficar confortável com isso antes de fazer provas com tempo.
Aí agora digamos que você já está acertando 25, por exemplo, e agora já é hora de fazer provas. E agora? Você só vai fazer prova com tempo? Não. Também não… O que eu costumo falar lá no Sniper é assim: faz uma vez por semana o dia 2, por exemplo. O dia 2 contando o tempo e, nos outros dias, você estuda como lista ou você estuda mais tranquilamente. Mas nesse dia que você for fazer a prova, você faz simulando tudo, sabe? Simulando tudo mesmo, até o banheiro que você vai, que você precisar ir, o seu lanche… Tudo simulando. E isso, às vezes, requer um pouco de planejamento anterior. Por exemplo, o que você faz nesses horários? O que costuma fazer? Então você vai ficar sentado ali fazendo a prova… Mas aí entra nessa parte, que é preciso estar acertando.
Então, você tem que estar acertando mais de 25 questões, porque senão não faz sentido treinar velocidade. E quando tiver já acertando isso aí, é ótimo. E o que é que você vai treinar? Você vai treinar pular, você vai treinar fazer as mais simples primeiro, pra você conseguir fazer o máximo possível de questões da prova… Isso pensando, principalmente, no Enem e pra vestibulares mais complicados. Então, quando você pensa, por exemplo, na Fuvest… Vamos pegar a Fuvest. Tem questões que não é bem o tempo que define, é se você teve a sacada ou não teve. Você sabe ou não sabe para aquele tempo, sabe? E, muitas vezes… Por exemplo, uma questão de geometria analítica ou de geometria plana, às vezes você fica o dobro do tempo, por exemplo, vinte em vez de dez minutos, não vai necessariamente fazer você conseguir resolver.
É diferente do Enem. No Enem, às vezes um pouco mais tempo faz você resolver mais questões. Mais em vestibulares, às vezes ou você sabe ou você não sabe. No ENEM também é, mas é que em muito em vestibulares ou você sabe ou você não sabe, e se você nunca viu uma questão desse tipo e caiu lá na hora e você não tem muita ideia, então não faz tanta diferença o tempo. É isso que quero dizer. Então, pra vestibulares como a Fuvest é comum você ver aprovados falando que nem treinavam tanto tempo, ou que treinavam mais como listar, e mesmo assim dá certo, porque não é o tipo de prova que é uma quantidade tão grande de questões para fazer em pouco tempo. Não… É mais distribuído, mais fluído.
Então, por exemplo, na Fuvest você vai ter 11 de matemática, 10 ou 11 de física e aí a de química, mas o resto são questões que você não demora tanto. E mesmo nessa de matemática, é aquela história: ou você sabe ou você não sabe. Poucas que são intermediárias que com mais tempo você faria. Então, ou seja… Resumindo, o que eu quero dizer com isso? Pra vestibulares, se você sente que o tempo não é tão importante, talvez não seja tão necessário você treinar com um tempo toda semana. Talvez uma vez a cada duas semanas, não tem problema… Mas se você sente que sim, que mesmo com tudo isso é importante treinar tempo, então treine.
Eu acho muito importante a gente se entender, sabe? Porque, assim, podem falar tantas dicas para você fazer, “ah, faz isso”, “faz aquilo”, mas no fundo você tem que ver o que funciona pra você. Porque também vai ter pessoas que falam: “não, pra Fuvest também não dá tempo, não consigo fazer no tempo”. E aí quando você sentir que é isso que acontece, faz sentido treinar o tempo também. E, principalmente, se o problema for estratégia de prova… Então como você vai conciliar, como você vai fazer uma matéria primeiro e depois a outra… Não dificuldade nas questões, se for dificuldade nas questões aí entra o que a gente falou no começo. A ideia de pegar listas ou pegar outras provas dessas matérias que você demora mais ou que costuma não dar tempo, porque aí ao fazer essas questões, ao pegar o pulo do gato mais rápido, a sacada da questão, fica mais fácil de fazer em menos tempo.
Então assim, a ideia de hoje é a gente entender que o tempo pra fazer uma prova ele não depende de você correr, sabe? Ele vai depender de você saber fazer aquele tipo de questão, não apenas de saber fazer no tempo, sabe? Não adianta a gente treinar velocidade se a gente não sabe fazer. Então é basicamente isso. Treinar primeiro, fazer as questões e, com o tempo, ir treinando velocidade sem ser antes do tempo. Então como a gente falou no começo, todo mundo fala que vai melhorar a velocidade treinando tempo, será? Então pode ser sim se você já está acertando umas 25 questões, por exemplo, umas 30 questões… Mas aí o próximo passo é pra você é treinar velocidade com provas, é você intercalar matérias, intercalar durante a prova o que que você vai fazer e ir melhorando na prova, mas também aprender conteúdos novos, com novas questões e ir pegando os pulos do gato.
E já se você tá nesse lado de “ainda não tenho conteúdo, ainda não tenho a base”, não adianta treinar velocidade. Então, é um passo por vez. Aí nesse caso é melhor ir lá nos assuntos, treinar os assuntos e depois com tempo vir pra a prova. E não é pra ficar triste também, sabe? Todo mundo passa por isso e, inclusive, ficar treinando prova sem ter base, tipo, já treinar a prova com tempo e não ter base nem para entender a resolução, é uma coisa que vai fazer mais perder tempo do que ganhar. É super comum isso. Então, às vezes eu converso com pessoas que falam assim: “eu já faço provas e eu acerto 18 questões, 20 questões”. E aí eu falo: “nessa época, nessa quantidade de acertos, é mais negócio você aprender novos assuntos, treinar esses novos assuntos do que fazer provas contando o tempo”, certo? Então é basicamente essa a ideia. Eu espero que tenha dado pra passar isso…
E uma sugestão pra esses últimos meses antes do Enem é assim: se faltam muitos assuntos para você ver, que tal focar nos que mais caem? Então você pode pegar os que mais caem de matemática, de naturezas e dar uma olhada mais nesses assuntos, sabe? Não precisa pensar que você tem que abranger todo o edital. Então você pega esses assuntos que mais caem ou então você prioriza a matemática que costuma ser mais importante em física, por exemplo, você pega alguns que mais caem… Em química o que mais cai, por exemplo, é a química ambiental, que está sendo bem cobrada, e aí você estuda esses assuntos e faz a prova, sabe? E aí você lida com o melhor possível pra pouco tempo, porque depois de um tempo não dá mais tempo de ver tudo e é natural, é comum e não tem problema, mas a gente lida com a análise de incidência.
E se você quiser, a análise do Sniper tem no Reta Final, ou também no Sniper Completo. E, assim, para esta reta final também é legal pensar em planejamento simples, que é algo que tem lá no Reta Final com dia A, B e C, ou de A e B, porque quanto mais simples for sua reta final, então em vez de ter aqueles planejamentos super detalhados, em vez disso, tendo o planejamento simples, eu acho que dá mais certo. Fica mais fácil de seguir, porque você acorda e você já sabe, “vou fazer isso”, “vou fazer aquilo”, já está tudo bonitinho.
Continue indo atrás dos seus sonhos, o mundo precisa da habilidade que só você tem. E a gente se vê aqui no próximo vídeo, no próximo podcast. Bons estudos por aí. Tchau.