Hoje nós vamos conversar com o Thiago, ele passou em medicina em várias faculdades super concorridas. Vamos ver como foi a rotina dele, suas dicas de estudo e como foi a aprovação.
Esse texto está em formato de vídeo abaixo:
Meu nome é Thiago Assumpção Baisch, tenho 20 anos, passei em medicina na USP Pinheiros, UNICAMP, UNESP e UFMG.
Susane – Nossa! Em todas essas?
Thiago – Sim, passei em uma e fiz igual nas outras.
Susane – Como foi descobrir que você passou?
Thiago – Fiquei muito feliz na hora. Eu não acreditei na hora, mas fui lá e fiz.
Susane – E sua família quando descobriu?
Thiago – Minha mãe viu rápido, antes de mim.
Susane – Você começou na USP Bauru e depois decidiu sair?
Thiago – Fiz 6 meses ano passado e depois tranquei, porque foi no momento que deu para trancar.
Susane – O que motivou sua decisão de sair?
Thiago – Queria morar fora de casa e meu sonho sempre foi USP Pinheiros, só que eu achei que não conseguia, por isso fiz Bauru, porque morava aqui e mais fácil e eu passei com uma nota que passava na USP Pinheiros e isso ficou na minha cabeça e isso me deixou desconfortável.
Susane – Você estudou bem o ensino médio? Como foi?
Thiago – Mais ou menos, sempre tirei uma nota em cima da média, mas não me esforçava muito. No meu terceiro ano, eu prestei engenharia aeronáutica, na FUVEST, UNESP, só não prestei o ITA. No primeiro ano de cursinho eu não prestei medicina, prestei engenharia aeronáutica de novo, passei, mas fui lá e não gostei e voltei. E logo depois pensei em fazer medicina e foi que eu passei em medicina.
Susane – Esse pensamento foi de um dia para o outro ou várias semanas?
Thiago – Várias semanas. Sempre pensei ‘’ah, podia fazer medicina’’ mas tem que estudar muito e acho que não vou conseguir passar, porque não era tão bom no ensino médio, então resolvi estudar e estudei.
Susane – Como era seu dia-a-dia?
Thiago – Eu ia de manhã, estudava, fazia as aulas e em maio fui atrás de método de estudo e foi onde encontrei o sniperdequestoes.com.br e foi onde comecei a mudar o que eu fazia no dia-a-dia.
Susane – Deixa-me só entender. No primeiro ano você fez engenharia, no segundo ano para medicina (Bauru). Como você estudava?
Thiago – Geralmente eu chegava em casa, pega a matéria do cursinho, mas normalmente fica no cursinho estudando e resolvia questões da matéria do dia de provas anteriores. Não via teoria, ia direto para os exercícios. Nas matérias que tinha dificuldade (português, história, geografia) eu fazia tudo e via assuntos. Matemática, física, eu via a frente do dia e nos exercícios eu marcava as mais difíceis eu fazia e as que eu sabia que não iria errar, eu passava para a próxima matéria.
Susane – Você fez provas antigas também?
Thiago – Sim, quase todas. Eu não sabia muito que fazer, então resolvi fazer as provas da FUVEST e veio na minha cabeça fazer todas agora e depois fiz da UFRGS e UNICAMP, mas eu não fazia a prova inteira, ia de acordo com a matéria do dia, era basicamente isso.
Susane – No fim do ano você foi fazer FUVEST, nesse ano que você passou em BAURU. Você é tranquilo com relação a prova?
Thiago – Sim, era bem de boa, era só mais uma prova. Sempre tentava dar o meu melhor, acertar as questões. Nunca tive problema com o tempo da prova, sempre dava tempo.
Susane – Melhor coisa é essa tranquilidade.
Thiago – Isso me ajudou bastante, eu errei bastantes besteiras, mas poucas.
Susane – E depois da prova, você foi estudar para a segunda fase? Nesse primeiro ano. Vamos ano por ano.
Thiago – Para a segunda fase eu fiz somente provas antigas, eu não cheguei nem fazer redação.
Susane – Redação você tinha feito ao longo do ano?
Thiago – Sim, como tinha UNESP, UNIFESP, FARMERP, nesse período da primeira e segunda fase e vi que tinha redação, então resolvi fazer para poder estudar. Como eram 3, 4 provas, ia fazendo uma por semana.
Susane – A segunda fase de Bauru é química, biologia e geografia?
Thiago – Sim, geografia fui bem pior que nas outras duas, por isso fiquei mais tranquilo para tentar Pinheiros no outro ano, porque sabia que ia trocar geografia por física.
Susane – Para você exatas é mais fácil?
Thiago – Sim, bem mais fácil, eu já vou aprendendo com os exercícios mesmo, não é preciso ver tanta teoria, é mais fácil de aprender, porque geografia tem que ficar lendo e vejo que não absorve nada, perde tempo.
Susane – Talvez por isso que tenha visto engenharia no começo, com essa facilidade.
Thiago – Pode ser, mas biologia e química é tranquilo para mim.
Susane – Eu já percebi que você é tranquilo, mas teve algum momento que foi difícil?
Thiago – No primeiro ano de cursinho de Bauru, pois não tinha ido bem ao vestibular do ano passado e, logo pensei, medicina deve ser bem mais difícil. Será que devo fazer isso mesmo? E logo depois fui estudando.
Susane – Que interessante! Você não passou na Poli e logo depois você passou e medicina que é mais concorrido.
Thiago – Foi mudar o método de estudo mesmo, porque já era o segundo ano de cursinho e pensei ‘’ah, não vou mais jogar videogame’’, eu desliguei as redes sociais, só via site de notícia ou no youtube para procurar coisas de estudo.
Susane – Você fez esse primeiro ano, fez a prova e passou.
Thiago – Fiquei pensando ‘’nossa, passaram 6 meses e poderia estar na outra’’ e foi meio triste.
Susane – Desde que você se matriculou você ficou com essa sensação?
Thiago – Sim. Mas eu não sabia se ia trancar, é meio absurdo.
Susane – Não dá nem para acreditar.
Thiago – Era uma ideia meio absurda, mas pensei, vou fazer umas provas antes de trancar. Em julho, eu peguei umas provas para saber como eu estou, eu estava ‘’ok’’, perto do que eu tinha feito ano passado. Se eu estudar dá para chegar igual e deu. Minha cabeça não estava boa aqui, estava triste e tranquei.
Susane – O que os seus pais acharam dessa decisão?
Thiago – Minha mãe é meio de boa, mas demorei a convencê-la, mas logo aceitou.
Susane – E seus colegas?
Thiago – No primeiro dia do cursinho, todo mundo ficou olhando, mas eu nunca liguei para a opinião dos outros.
Susane – Você se matriculou no cursinho para voltar.
Thiago – Eu cheguei lá e falaram que iam me dar bolsa e tudo. Eu pensei em estudar sozinho, pegar o calendário e ir seguindo.
Susane – Você fez o intensivo?
Thiago – Eu entrei no meio mesmo e vou revisando o resto.
Susane – O que você seguia?
Thiago – Eu chegava à sala de estudos do cursinho e ficava fazendo exercício, às vezes fazia uma redação, fazia um curso de redação separado, o que me ajudou muito. Algumas vezes fazia flashcards, pois teria coisa que não iria lembrar.
Susane – O quê? Me dá um exemplo?
Thiago – Classe de inseto, biologia principalmente, doenças, nome científico dos bichos, causas e sintomas da doença.
Susane – Você estava na sala de estudos e colocava o celular ali mesmo.
Thiago – Geralmente eu fazia exercícios, então nem tinha caderno, levava o tablete para anotar alguma coisa.
Susane – Você revia os flashcards algum horário do dia?
Thiago – Às vezes quando não tinha nada para fazer, quando estava esperando alguma coisa, eu pegava o celular e ficava vendo. Exemplo, na aula de redação, eu ficava uns 15 minutos esperando, era onde eu ficava vendo.
Susane – Essa questão do cursinho teve aula que você não gostava?
Thiago – Tinham aulas que eu não ia, mas eu não ia de manhã, eu acabava dormindo mais um pouco, acordava 09h30min, 10h00min horas e à tarde eu revisava a matéria. Eu pensava ‘’ah, as matérias que não iria fazer muita diferença, por exemplo, física, eu pensava que para esta matéria eu só aprendia fazendo exercícios. Estática era matéria simples e não tinha muita coisa para aprender, só fazer exercícios e eu não ia à aula e depois fazia os exercícios.
Susane – Você fez uma engenharia do que dava certo para você.
Thiago – Eu fui pensando durante o ano o que seria o plano mais eficiente, como estudar cada matéria diferente. Humanas era a que eu tinha mais dificuldade, então eu estudava bem mais. No dia que tinha história do Brasil, eu revisava toda a teoria e depois fazia os exercícios, o modelo tradicional, principalmente isso, eu fazia toda de humanas, fazia tudo que tinha, eu não fazia resumo, era somente exercícios.
Susane – E português?
Thiago – Português eu fazia menos exercícios, eu mais lia os textos e fazia provas e isso fazia acertar, mas normalmente eu pegava as questões e só lia os textos e nem tentava fazer mais, só para tentar ler e entender.
Susane – Como você estudou literatura?
Thiago – Livros obrigatórios eu li só dois. Eu peguei os resumos do Anglo e grifei e via vídeo no youtube também. Os livros eu vi na semana da prova, no dia anterior. Eu errei várias questões, foi a matéria que mais, mas deu para passar.
Susane – Mas é uma coisa que as pessoas erram bastante.
Thiago – Eu achei que estava bem difícil a prova.
Susane – Para segunda fase, você estudou melhor?
Thiago – Na segunda fase deu mais certo português, mas porque peguei as provas da FUVEST e da UNICAMP que são mais difíceis e fui fazendo as questões, isso foi me ajudando bastante.
Susane – Como foi quando descobriu que passou?
Thiago – Não sabia se ficava feliz, mas pensei que não fosse passar, porque tinha ido muito mal em português, mas como você falou, todo mundo vai mal. Minha redação pensei que não tivesse ficado boa.
Susane – Mas que bom que deu certo.
Thiago – Eu fiquei sem reação um tempo, mas agora está tranquilo.
Susane – Como estão os preparativos para ir à São Paulo?
Thiago – Estou animado, já vi apartamento e está dando tudo certo.
Susane – Em relação à medicina Bauru, você não gostou porque era aqui?
Thiago – Principalmente porque era aqui, era a segunda turma. Eles traziam muitos professores de Riberão e São Paulo para darem aula, mas o método eu não gostei tanto, que era metodologia ativa. Toda segunda tinha tutoria de manhã. Nas aulas normais eles faziam coisas em grupo, pra mim era bem chato.
Susane – Não é todo mundo que se dá bem com o PBL.
Thiago – Eu queria estar em São Paulo mesmo, foi onde decidi sair, mas tem gente que ama, para mim não deu muito certo não.
Susane – A opção de transferência ela não existe?
Thiago – Eu mandei mensagem para Riberão e São Paulo, eles falaram que era muito difícil de abrir vaga, onde eles davam prioridade para quem era de Riberão e São Paulo, foi onde eu tranquei.
Susane – As questões que você errava, as matérias mais ‘’decoreba’’. Por um acaso, você guardava de alguma forma ou esperava rever algo parecido depois?
Thiago – Às vezes eu fazia um flashcards do assunto que tinha errado, de biologia, por exemplo. História não guardava muito, não, tentava guardar na cabeça. Normalmente estudava os assuntos que errava mais nas questões.
Susane – Estudar para você era um prazer? Você gostava?
Thiago – Depende da matéria, humanas era meio difícil, meio cansativo. História, matemática, física era mais tranquilo, mas eu preferia jogar vídeo game ou jogar futebol.
Susane – Você tinha problema de concentração ou conseguia focar?
Thiago – Nunca pensei nisso, eu era de boa, estudava uma hora, depois parava um pouco. Eu estudava mais pela meta, por exemplo, 15 exercícios, eu fazia, parava um pouco, tomava uma água e ia para próxima matéria.
Susane – Colocava alguma meta também?
Thiago – Eu começava a grifar texto e começa a resolver.
Susane – Uma coisa que você mesmo desenvolveu.
Thiago – Questões da FUVEST, UNICAMP, UNESP, marcava principalmente esses, se tivesse física, eu marcava ITA, IME, porque na apostila eles colocavam mais fáceis. Como entrei em agosto, já tinham apostilas que passadas, que eu nem peguei para fazer, somente revisei depois.
Susane – Me explica como você selecionava?
Thiago – Eu ia nas mais difíceis, FUVEST, UNICAMP, ITA, IME, as federais normalmente eu marcava.
Susane – E ENEM?
Thiago – Eu geralmente pulava, mas eu fiz algumas provas do ENEM perto do ENEM.
Susane – Você já tinha feito algumas FUVEST’s e continuou?
Thiago – Sempre fui fazendo e nesse momento já tinha feito algumas, fui desde o começo, 2002.
Susane – Não teve nenhum momento que pensou em desistir?
Thiago – Principalmente no período quando falei para você, no início do ano. Será que vou aguentar isso até fim do ano? Mas depois passou rápido.
Susane – Você não deu muita bola para esse pensamento?
Thiago – Não
Susane – No cursinho tinha ranking?
Thiago – Tinha os simulados, eu sempre fiquei em primeiro, não sei como. O ranking era particular, eu sabia que tinha ficado em primeiro, mas ninguém sabia, somente meus amigos.
Susane – Então você tinha facilidade mesmo com exatas?
Thiago – Sim, sempre foquei, meio que sabia o básico de tudo.
Susane – Você pensa em alguma área da medicina?
Thiago – Pensei em ortopedia, eu gosto daquelas cirurgias bem malucas, furadeira, serra, acho legal, mas não sei, a gente muda de ideia.
Susane – E quando você vê que todo mundo está estudando, que dica você dá pra eles?
Thiago – Ficar tranquilo, seguir sério o calendário de estudos, procurar o melhor método para você, porque cada um tem o jeito de estudar e testar. Eu sempre fui muito de boa, se não passasse, eu faço de novo ano que vem. Fui procurar estudar sério e deu certo.
Susane – A UNIFESP primeiro foi o ENEM, depois a segunda fase. Foi tranquilo para você?
Thiago – A UNIFESP foi mais difícil para mim, no dia, eu saí e tinha certeza que não ia passar. Em matemática errei algumas questões, em redação pensei que tivesse ido mal, mas fui bem. Na UNESP, eu pensei que fosse me ferrar por causa da redação e tirei nota máxima e passei. Na UNIFEST eu realmente pensei que não fosse passar. Mas resolvi focar na USP. Acho que todo mundo foi mal, pois a nota foi baixa até, comparado com outros anos. No segundo dia as pessoas fazem 95, 94. Eu fiz 84 e passei, a nota final foi mais baixa, mas todo mundo foi, acho que fiquei em 4º ou 5º lugar.
Susane – E a UFMG foi pelo ENEM?
Thiago – Sim. Saiu a FUVEST e minha mãe vamos por no ENEM, vai que você quer trocar, então coloque UFMG que eu gosto, aí pôs e passou, porque estava estranho o ENEM e SISU. Estava dizendo que minha nota já dava antes.
Susane – Para o ENEM você não estudava muito?
Thiago – Não muito. Mas minha nota dava para entrar na USP pelo ENEM também, mas eu já tinha passado na FUVEST. No ENEM fui tranquilo para a prova para tentar acertar o máximo de questões que der, não estava tão importante assim, estava mais focado na FUVEST mesmo. Português acertei bem, matemática também, o TRI me ajudou muito.
Susane – Você acha que ter se preparado para a FUVEST te ajudou muito no ENEM?
Thiago – Sim, apesar de ser bem diferente português, apesar de não ser difícil, analisar para entender, você descobre a resposta, dá para tentar descobrir todas as respostas.
Susane – Em termos de velocidade, você fez a redação rápida?
Thiago – Eu era tranquilo com relação na velocidade do ENEM, eu geralmente demoro 1 hora, eu deixei para o fim a redação. Eu terminei a prova ainda faltavam 2 horas, mas ainda tinha redação. No segundo dia é mais apertado do ENEM, eu terminei na hora e deu para terminar todas as questões.
Susane – Se você pensasse que alguém está se preparando somente para o ENEM. Você falaria ‘’Faça FUVEST também ou foque somente nas provas do ENEM?’’
Thiago – Eu acho que ajuda na parte de ciências da natureza e matemática. Humanas e português acho que não faz tanta diferença, porque é bem diferente, mas no ENEM cai muita filosofia, muita sociologia que não cai na FUVEST, mas acho que física a matemática se focar na FUVEST, você não erra no ENEM, ou da UNICAMP.
Susane – E do SNIPER, você lembra os módulos que você viu?
Thiago – Ah, eu vi na ordem, acho que vi todos. Principalmente qual matéria cai mais, prova. Prestes a prova, eu foquei mais e pensei ‘’nesses 5 dias, o que vou revisar para a prova, além dos livros que vi’’
Susane – E nas férias?
Thiago – Nas férias eu não estudei quase nada, porque ainda não tinha trancado a faculdade e não sabia o que estudar. Foi quando resolvi ver o sniperdequestoes.com.br e fiquei vendo os módulos, eu peguei várias coisas, mas não lembro muito bem.
Susane – Faz tempo já.
Thiago – Sim, faz tempo, um ano. Ano passado não tinha tanta coisa, esse ano já tinha bem mais coisa, coisas que eu não tinha visto.
Susane – Muito obrigada pela entrevista.
Thiago – Imagina.