TEXTO I
Ela acorda tarde depois de ter ido ao teatro e à dança; ela lê romances, além de desperdiçar o tempo a olhar para a rua da sua janela ou da sua varanda; passa horas no toucador a arrumar o seu complicado penteado; um número igual de horas praticando piano e mais outras na sua aula de francês ou de dança.
Comentário do Padre Lopes da Gama acerca dos costumes femininos (1839) apud SILVA, T. V. Z. Mulheres, cultura e literatura brasileira. Ipotasi – Revista de Estudos Literários. Juiz de Fora, v. 2. n. 2, 1998.
TEXTO II
As janelas e portas gradeadas com treliças não eram cadeias confessas, positivas; mas eram, pelo aspecto e pelo seu destino, grandes gaiolas, onde os pais e maridos zelavam, sonegadas à sociedade, as filhas e as esposas.
MACEDO, J. M. Memórias da Rua do Ouvidor (1878). Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 20 maio 2013 (adaptado).
A representação social do feminino comum aos dois textos é o(a)
- submissão de gênero, apoiada pela concepção patriarcal de família.
- acesso aos produtos de beleza, decorrência da abertura dos portos.
- ampliação do espaço de entretenimento, voltado às distintas classes sociais.
- proteção da honra, mediada pela disputa masculina em relação às damas da corte.
- valorização do casamento cristão, respaldado pelos interesses vinculados à herança.
SOLUÇÃO
Os dois textos retratam a mulher de forma submissa. O primeiro quer dar a entender que é do interesse da mulher levar essa vida de ” princesa” se divertindo ou penteando os cabelos, sem questionar nada, sem querer trabalhar. O segundo mostra a estratégia de colocar grades nas janelas para dificultar a saída das mulheres.
Os dois falam sobre a submissão dentro do contexto da sociedade patriarcal.
LETRA A