Embora haja dados comuns que dão unidade ao fenômeno da urbanização na África, na Ásia e na América Latina, os impactos são distintos em cada continente e mesmo dentro de cada país, ainda que as modernizações se deem com o mesmo conjunto de inovações.
ELIAS, D. Fim do século e urbanização no Brasil. Revista Ciência Geográfica, ano IV, n. 11, set./dez. 1988.
O texto aponta para a complexidade da urbanização nos diferentes contextos socioespaciais. Comparando a organização socioeconômica das regiões citadas, a unidade desse fenômeno é perceptível no aspecto
- espacial, em função do sistema integrado que envolve as cidades locais e globais.
- cultural, em função da semelhança histórica e da condição de modernização econômica e política.
- demográfico, em função da localização das maiores aglomerações urbanas e continuidade do fluxo campo-cidade.
- territorial, em função da estrutura de organização e planejamento das cidades que atravessam as fronteiras nacionais.
- econômico, em função da revolução agrícola que transformou o campo e a cidade e contribuiu para fixação do homem ao lugar.
SOLUÇÃO
As cidades foram crescendo, no fenômeno conhecido como urbanização ao mesmo tempo que foi ocorrendo o êxodo rural principalmente a partir de 1950 com a mecanização da agricultura.
Porém, embora esse fato tenha contribuído para o crescimento das cidades, a forma como isso ocorreu varia entre os países e até mesmo dentro dos países (como afirma o texto). A urbanização da América Latina foi muito mais desorganizada, criou muitas condições sub-humanas, serviços escassos. Enquanto que a urbanização na Ásia, como por exemplo, na Coréia foi completamente diferente, mais se assemelhando a um país desenvolvido.
Resumo sobre êxodo rural
O êxodo rural é o padrão migratório dos povos das áreas rurais para áreas urbanas. É a urbanização vista da perspectiva rural.
Nos tempos modernos, muitas vezes ocorre em uma região que segue a industrialização da agricultura – quando menos pessoas são necessárias para levar a mesma quantidade de produção agrícola ao mercado – e os serviços e indústrias agrícolas relacionados são consolidados. O êxodo rural é exacerbado quando o declínio da população leva à perda de serviços rurais (como empresas e escolas), o que leva a uma maior perda de população à medida que as pessoas deixam de procurar esses serviços.
O êxodo rural pós-Segunda Guerra Mundial tem sido causado principalmente pela disseminação da agricultura industrializada. As pequenas fazendas familiares se transformaram ou foram substituídas por fazendas industrias fortemente mecanizadas e especializadas.
Os migrantes rurais enfrentam vários desafios que podem prejudicar sua qualidade de vida ao passarem para áreas urbanizadas. Muitos migrantes não têm educação ou habilidades para adquirir empregos dignos nas cidades e são então obrigados a empregos informais e pouco remunerados.
O fluxo constante de novos migrantes rurais piora o subemprego e o desemprego, comum entre os migrantes rurais. Os empregadores oferecem salários mais baixos e piores condições de trabalho para os migrantes rurais, que devem competir uns com os outros por empregos limitados, muitas vezes inconscientes de seus direitos trabalhistas.
Os migrantes rurais também experimentam freqüentemente condições de vida precárias. Muitas cidades explodiram em população; serviços e infra-estrutura, nessas cidades, são incapazes de acompanhar o crescimento populacional. Os influxos maciços na população rural podem levar a uma grave escassez de habitação, à falta de abastecimento de água e energia e a condições gerais de favela nas cidades. O êxodo rural foi um forte fator para o crescimento das favelas e das periferias das cidades grandes.