eu acho um fato interessante … né … foi como meu pai
e minha mãe vieram se conhecer né que … minha mãe
morava no Piauí com toda família né meu … meu avô …
materno no caso … era maquinista … ele sofreu um
acidente … infelizmente morreu … minha mãe tinha cinco
anos … né … e o irmão mais velho dela … meu padrinho
… tinha dezessete e ele foi obrigado a trabalhar … foi
trabalhar no banco … e … ele foi … o banco… no caso …
estava … com um número de funcionários cheio e ele teve
que ir para outro local e pediu transferência prum local
mais perto de Parnaíba que era a cidade onde eles
moravam e por engano o … o … escrivão entendeu Paraíba
… né … e meu … e minha família veio parar em Mossoró
que era exatamente o local mais perto onde tinha vaga pra
funcionário do Banco do Brasil e:: ela foi parar na rua do
meu pai… né … e começaram a se conhecer … namoraram
onze anos … né … pararam algum tempo … brigaram … é
lógico … porque todo relacionamento tem uma briga …
né … e eu achei esse fato muito interessante porque foi
uma coincidência incrível… né … como vieram a se
conhecer… namoraram e hoje … e até hoje estão juntos …
dezessete anos de casados…
CUNHA, M. A. F. (Org.) Corpus discurso & gramática: a língua
falada e escrita na cidade do Natal. Natal: EdUFRN, 1998.
Na transcrição de fala, há um breve relato de experiência pessoal, no qual se observa a frequente repetição de “né”.
Essa repetição é um(a)
a) índice de baixa escolaridade do falante.
b) estratégia típica de manutenção da interação oral.
c) marca de conexão lógica entre conteúdos na fala.
d) manifestação característica da fala regional nordestina.
e) recurso enfatizador da informação mais relevante da narrativa.
Resposta
A palavra “né” tem apenas o intuito de manter a conversa, ou como a opção B coloca de “manutenção da interação oral”. Esta palavra cumpre o papel de testar e manter a comunicação, característica da função fática da linguagem.
Letra B